História






Do seu povoamento remoto escasseiam as notícias arqueológicas. Da época medieval e muito concretamente do século XIII ficou a notável Ponte de Cavez, classificada “Monumento Nacional” desde 1910. Com os seus arcos desiguais, uns quebrados, outros redondos, enormes e robustos talhamares afrontando a correnteza, esta medieval obra pública é tradicionalmente atribuída a Frei Lourenço Mendes. Homem bom, residente no lugar onde hoje assenta Cabeceiras de Basto, resolve substituir, por sólida ponte de boa pedra, a carunchosa ponte de madeira a desfazer-se, que unia as duas margens do rio Tâmega, próximo da sua aldeia.
E como os conterrâneos, egoístas e incrédulos, se negaram a partilhar os trabalhos e as despesas, por não quererem arriscar dinheiro e duvidarem da sua ciência de arquitecto, chamando operários estranhos à povoação, resolve levantar à sua custa uma ponte que ele próprio imaginara e projectara. O povo, ao ver os trabalhos que estão a ser orientados, por si, escarnece-a. Mas a obra faz-se. E quando tirados os simples dos arcos, se pode verificar a solidez perfeita da ponte, o entusiasmo obriga toda a gente a louvar e a compensar o autor da obra.
Mestre Lourenço Mendes sente tamanha alegria que morre fulminado por uma congestão, debaixo dos arcos da sua ponte. Por acordo unânime das autoridades civis e eclesiásticas, o povo, agradecido, ali abre o túmulo do mestre e nele grava a inscrição: "Esta é a ponte de Cavez e aqui jaz quem a fez".
São muitas as histórias em torno da ponte. A fonte de água sulfurosa que nasceu junto da Ponte de Cavez na margem direita do Tâmega atesta a existência aqui de um local para onde vinham os doentes do Hospital de S. Marcos de Braga. Tem a sua origem numa grande penedia no sítio das caldas, donde por canos de pedra vem a cair num pequeno tanque, deixando um resíduo que quando seco é combustível. O povo atesta que, quando bebida na manhã de 24 de Agosto, dia de S. Bartolomeu, antes que o sol raie, livra de todas as moléstias e doenças presentes e futuras.

romaria de S. Bartolomeu é uma das mais concorridas da região e serviu de inspiração a Camilo Castelo Branco para o seu conto “Como ela o amava”. De um lado da ponte fica a capelinha de S. Bartolomeu, onde os crentes ocorriam a pedir os seus milagres, do outro lado ficam as águas sulfurosas. A igreja matriz desta freguesia, de raiz românica, foi totalmente modificada, apenas subsistindo do primitivo estilo parte da arquitrave do coro. Camilo Castelo Branco visitou esta igreja em 1842. A ela se refere num dos seus romances.
Outro documento histórico, muito antigo desta freguesia – a Ponte Romana de Moimenta.



Ponte de Cavez


Romaria de São Bartolomeu







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